Desconforto, azia, mal estar, vômitos, dores abdominais e sensação de estômago sempre cheio podem ser sintomas temporários é comuns, mas que também podem indicar sinais de algumas doenças relacionadas aos órgãos do sistema digestivo. Dispepsia é o termo utilizado para identificar a má digestão ou indigestão são os termos para identificar o conjunto desses sintomas que podem afetar pessoas de todas as faixas etárias e geralmente aparecem após uma refeição realizada muito rapidamente e sem mastigação correta, beber líquidos gasosos em grande quantidade durante as refeições e consumo de alimentos gordurosos. Para que você entenda um pouco mais sobre as causas da má digestão e como ela pode influenciar na sua saúde, reunimos neste post as principais maneiras de solucionar os sintomas e quando é necessário consultar um especialista. Boa leitura!

O QUE É A MÁ DIGESTÃO?

A digestão começa desde o momento em que trituramos os alimentos durante a mastigação. Neste momento, além dos sentirmos os gostos dos alimentos, inicia-se o processo essencial para absorção de nutrientes, essenciais para nossa sobrevivência. Quando o alimento chega ao estômago, ele é dissolvido no suco gástrico e neste momento, podem surgir alguns sintomas que caracterizam a dispepsia, ou má digestão. A sensação de queimação e estômago pesado, arrotos, cansaço, diarreia ou prisão de ventre estão entre os principais fatores que causam desconforto e irritabilidade. Além de comuns, esses sintomas são associados à doenças mais graves como gastrite e úlcera. Metade dos brasileiros já sofreu ou sofre de alguns dos sintomas de indigestão e suas causas estão associadas ao estiramento do estômago com devido a quantidade de alimentos consumidos e ingestão de líquidos gasosos como refrigerantes, durante a refeição. Com isso, o órgão passa também aumenta produção de suco gástrico e, com isso, o aumento do ácido digestivo (suco gástrico).

O consumo de alimentos com alto índice de proteínas e gorduras também é um gatilho para os sintomas da má digestão e sobrecarrega as funções do fígado com o aumento da produção da bile, substância essencial para a digestão de gorduras.

O QUE PODE CAUSAR ESSE INCÔMODO?

Sendo um sintoma temporário e imediato após uma refeição, é essencial estar atento para a quantidade e qualidade de alimentos ingeridos. Contudo, os sintomas quando persistentes podem indicar a presença de algumas doenças ou o início delas no aparelho digestivo. Sobre as causas temporárias, alguns fatores de risco à saúde em geral também estão diretamente ligados à má digestão. A rotina atribulada e hábitos pouco saudáveis, como a falta de tempo para realizar refeições completas e o consumo de alimentos processados, além de prejudicar na qualidade da alimentação, provoca alterações psicológicas. O estresse é uma dessas causas e influencia diretamente no emocional e também no aumento da acidez do suco gástrico, devido a produção de hormônios que estimulam esse processo. O consumo de álcool também provoca os sintomas da má digestão, uma vez que a bebida alcoólica é absorvida pelo sistema gastrointestinal e pode provocar irritações e prejudicar a absorção dos nutrientes pelo intestino, produção de insulina e outras enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas.

No caso do cigarro, a nicotina presente na fumaça, quando entra em contato com a corrente sanguínea, pode alterar o funcionamento dos músculos do estômagos e tornar a digestão mais lenta, além de alterar a produção do suco gástrico, tornando-o mais ácido e nocivo para o organismo. A obesidade é um problema grave de saúde e o sobrepeso pode aumentar o excesso de pressão sobre o estômago, provocando, dentre outras disfunções no organismo, refluxos, azia e dificuldade para digerir os alimentos. Dentre as principais causas do sobrepeso, temos a alimentação inadequada, com alimentos ricos em gorduras saturadas e sedentarismo, principais causas da O uso de alguns medicamentos como antiinflamatórios, corticosteróides e derivados de ácido acetilsalicílico, como a aspirina, por exemplo, aumentam a acidez no estômago e provocar irritação e até mesmo feridas. A indicação para prevenir os sintomas, nesses casos, é a suspensão com supervisão médica. Todos os fatores apresentados até aqui, são resultantes dos sintomas temporários e que podem cessar com a suspensão de alguns hábitos na rotina de quem sofre com indigestão. Contudo, quando persistentes, esses sinais podem levar ao diagnóstico de doenças que podem afetar a saúde em diferentes estágios. A seguir, conheça doenças que estão associadas aos sintomas da má digestão.

PROBLEMAS DE SAÚDE RELACIONADOS

Gastrite – o estômago é revestido por mucosas que o protegem da acidez do suco gástrico, que em contato com as paredes do órgão, podem provocar lesões. A gastrite aguda tem sintomas temporários, enquanto a gastrite crônica pode durar anos e ser reincidente quando não tratada corretamente. Quando não apresenta ferimentos é conhecida como dispepsia funcional. Um das causas da gastrite é a bactéria Helicobacter pylori, presente no revestimento estomacal que em contato direto, pode provocar inflamações. Além disso, o consumo excessivo de álcool e outras substâncias tóxicas, uso prolongado de medicamentos, doenças autoimunes, estresse e tabagismo também estão entre os fatores de risco. A gastrite provoca dores na região epigástrica ou “na boca do estômago” e geralmente está associada a azia e má digestão. O exame de endoscopia é utilizado para o diagnóstico, além da avaliação do histórico clínico do paciente e o tratamento varia de acordo com a causa, podendo ser utilizados medicamentos.

Úlcera – caracterizada pelas feridas no duodeno, estômago ou esôfago, a úlcera é uma doença que tem sintomas e causas parecidas às da gastrite, podendo ser comumente confundidas. Contudo, a úlcera necessariamente apresenta feridas nas áreas citadas e podem ser mais incidência em determinadas faixas etárias e pessoas com histórico familiar. O diagnóstico também é realizado através de endoscopia e também raio X e análise dos ácidos gástricos. Evitar o consumo de alimentos e bebidas que estimulam a produção de ácido gástrico, cigarros e suspensão de medicamentos sob orientação médica. Refluxo – os sintomas da doença de refluxo podem ser confundidos com a dor do infarto. Com o funcionamento irregular dos músculos do esôfago e estômago, a pressão faz com que o suco gástrico sobe pelo esôfago e provoca queimação, podendo chegar até a laringe e boca. Nesta última região, além gosto ruim na boca e mau hálito, os dentes podem também ser prejudicados pela acidez.

Geralmente os sintomas aparecem após uma refeição volumosa e quando a pessoa se encontra deitada, durante a noite. Outro fator de risco é o sobrepeso quando provocador de alta pressão na região abdominal. Por isso, a perda de peso faz parte do tratamento da doença, assim como a administração de medicamentos para diminuir a acidez estomacal, ou mesmo procedimento cirúrgico. Intolerâncias alimentares – as intolerâncias a certos tipos de alimentos também podem provocar sintomas associados à dispepsia como arrotos, azia, diarreia, vômito, além de dores de cabeça, diarreia e mal estar. Esses sintomas se manifestam a após a ingestão de alimentos que provocam reações. O diagnóstico da intolerância alimentar é realizado pela avaliação de médicos alergistas e imunologistas, pediatras e clínicos gerais. O tratamento inclui medicamentos, suspensão dos agentes alérgenos como no caso de alimentos com carboidratos e glúten com modificações de dietas. Diabetes – a doença tem como principal característica o alto nível de glicose no sangue e provoca sintomas como 9 sede e fomes excessivas, emagrecimento e náuseas, vontade de urinar frequente dentre outros sintomas. A diabetes tipo 1 é uma doença crônica diagnosticada desde a infância ou adolescência e caracterizada pela insuficiência de produção de insulina por questões. A diabetes tipo 2, por sua vez, pode ser diagnosticada pela resistência das células à insulina e podem aparecer em qualquer indivíduo, com maior frequência após os 40 anos e causada pelo alto consumo de alimentos com alto teor de açúcar. Existem ainda outros tipos como a diabetes gestacional e a pré-diabetes. Câncer (estômago, pâncreas, fígado ou abdômen) – a alimentação frequente com alimentos processados, tabagismo, consumo excessivo de álcool e fatores genéticos estão entre as principais causas desses tipos de câncer. O diagnóstico dessas doenças incluem a avaliação médica dos sintomas, que podem aparecer tardiamente e ter início com os dispepsia, ou seja, aumento do volume na região do estômago, diarreia, perda de peso, sensação de saciedade constante e etc. 10 No caso de suspeita de algumas desses tipos de câncer, serão solicitados exames específicos e uma avaliação criteriosa pelo médico responsável. Vale lembrar que a prevenção destes, incluem a melhoria dos hábitos alimentares e redução dos fatores de risco.

COMO SOLUCIONAR?

Então, como resolver má digestão? Essa é uma dúvida frequente quem sofre com o desconforto causado pela queimação, arrotos, estufamento causados pelos fatores que propiciam o aparecimento desses e outros sintomas. Alguns chás de ervas são conhecidos por ajudar a aliviar esses sintomas, como o boldo, a espinheira santa, hortelã e erva doce. A ingestão dessas infusões pode provocar alívio quase imediato e ajudar no processo de digestão. O Hidróxido de Magnésio e antiácidos como sal de frutas ajudam a reduzir a acidez do suco gástrico que provoca os sintomas mais comuns da má digestão. É importante frisar que o uso dessas substâncias deve ser feito com cautela, visto que podem causar alergia quem tenha resistência aos componentes ou mesmo prejudicar a função renal e digestiva. Medicamentos como o omeprazol são utilizados no tratamento de doenças como o refluxo e gastrite, pois auxilia na redução da acidez do estômago e cicatrização das paredes do estômago e esôfago. Por vezes, esse medicamento consumido sem orientação médica o que representa um risco para saúde. A automedicação é estritamente não recomendada e no caso desses sintomas, por serem comuns a doenças com maior ou menor gravidade, podem impedir o diagnóstico precoce que possibilita maiores chances de sucesso no tratamento. 11 Vale reforçar que essas soluções não constituem “curas”, mas sim maneiras de aliviar o incômodo. Consultar um médico é fundamental para uma investigação sobre o que pode estar causando um ou mais sintomas da má digestão.

E QUANDO PROCURAR UM MÉDICO?

Buscar um especialista nem sempre é a primeira ação de quem sofre com o sintomas da má digestão. É comum que se consulte um médico apenas quando as dores estão muito forte. Porém, a frequência dos sintomas também influencia no diagnóstico precoce das doenças que podem afetar todo o sistema digestivo. Nos casos de presença de refluxo, um dos sintomas associados à má digestão, é importante estar atento aos períodos em qual período do dia ele aparece, após a refeição, quando você se deita ou mesmo em momentos de tensão. O tratamento correto desses e outros sintomas da má digestão e doenças que ela pode sinalizar, dependem do diagnóstico mais assertivo realizado por um médico. O gastroenterologista é o médico especialista no sistema digestório e deve ser procurado para os sintomas recorrentes da dispepsia, e está apto a diagnosticar e tratar doenças do estômago, pâncreas, intestinos delgado e grosso e vesícula biliar. Ao consultar um especialista em gastroenterologia, o paciente será avaliado através do histórico clínico, e podem ser solicitados exames complementares, de acordo com as necessidades identificadas pelo médico, como exames de sangue e de diagnóstico por imagem. A endoscopia digestiva alta é um exame de imagens utilizado para avaliar a presença de gastrite e úlcera, analisando as paredes do estômago, esôfago e duodeno e a colonoscopia é indicada para avaliação do intestino grosso.

Como você pode acompanhar ao longo deste post, os sintomas da má digestão podem ter origem na falta de cuidados no dia a dia com o corpo e a mente. O principal deles, a alimentação, deve ter atenção especial para prevenção do agravamento de um desconforto para uma doença mais grave. Fazer refeições ricas com alimentos in natura, mastigação regular e evitar ingerir líquidos gasosos estão entre as medidas simples e necessárias para prevenir o desconforto causado pelos sintomas. Diminuir o estresse e hábitos saudáveis como hidratação e consumo de alimentos ricos em fibras também contribuem para reduzir as chances do aparecimento da dispepsia.