A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é um exame de parte do sistema digestivo que inclui a vesícula biliar, o pâncreas e os canais que drenam estes órgãos, bem como o fígado; o pequeno canal da vesícula (ducto cístico) que se une ao ducto que sai do fígado (ducto hepático), confluindo num ducto maior (o colédoco) o qual drena para o intestino delgado (2ª porção duodenal) através de um orifício, a papila duodenal ou ampola de Vater.
Todos estes ductos são observados, radiologicamente, após introdução de um produto de contraste através da papila de Vater, canulada com acessórios e um endoscópio de visão lateral, chamado duodenoscópio.
As principais indicações deste exame são: coledocolitíase (cálculo na via biliar), pancreatite biliar, fístulas pós colecistectomias, estenoses benignas e tumores.
O ducto pancreático, que desemboca na mesma topografia do ducto colédoco, ou seja, na papila de Vater, é responsável por uma das principais causas de complicação deste exame, visto que sua anatomia, que induz uma fácil canulação, pode levar o paciente a desenvolver pancreatite.
É um exame com a finalidade terapêutica que demora em média 40 minutos sendo necessária a realização de anestesia. Envolve equipamentos de raio-x e uso de contraste. Exige na maioria das vezes internação, de pelo menos 24h, após a sua execução.
O principal risco da CPRE é o desenvolvimento de uma pancreatite, que pode ocorrer de 3 a 7% das vezes. Outras complicações são: sangramento, perfuração e colangite. Em alguns casos o médico endoscopista não consegue realizar o procedimento e em algumas situações está indicado repetir o exame em 07 a 10 dias.