O maior órgão do sistema digestório, o intestino delgado (mede de 4 a 6 metros em um adulto), é uma região que pode ser avaliada por apenas cerca de 20 cm tanto na endoscopia digestiva alta e na colonoscopia.

Para avaliá-lo, podemos abrir mão de um exame que permite um estudo mais detalhado do mesmo: a enteroscopia por cápsula endoscópica.

Trata-se de um exame não invasivo, que não requer sedação, internação e tem baixo risco. Permite o diagnóstico de lesões do intestino delgado. O procedimento é simples e indolor: o paciente engole naturalmente uma cápsula, com 2,5cm (comprimido grande), na qual existe uma câmera capaz de capturar imagens que são transmitidas para um cinturão preso ao paciente.

O exame tem duração aproximada de 8 horas, possibilitando o registro de cerca de 60 mil fotos. Durante esse tempo, o paciente é liberado da clínica e pode realizar suas atividades diárias, enquanto a cápsula percorre todo o intestino delgado, fazendo o mesmo trajeto que segue a comida. Depois de oito horas o paciente retorna à clínica para a retirada do cinturão onde ficaram armazenadas as fotos. Com a ajuda de um software as imagens registradas nesse cinturão são analisadas por um médico especialista.

A cápsula é eliminada naturalmente pelo organismo.

O exame é indicado em casos de sangramento intestinal cujas causas não foram diagnosticadas por endoscopia e colonoscopia; para investigação da doença de Crohn (inflamação do intestino delgado); doença celíaca (alergia ao glúten) e nos casos de suspeita de tumores. A contraindicação é a suspeita de obstrução intestinal, o que impossibilitaria a eliminação da cápsula.